O despertador estava acertado para tocar às seis e meia. Nem precisava. Minutos antes disso, por si mesma, abriu os olhos. E despertou com uma questão insólita ocupando sua atordoada mente. O que é melhor: uma certeza medíocre ou uma dívida otimista?
Pode a certeza de uma certeza medíocre não ser tão certa? Pode sua mediocridade metamorfosear-se em algo realmente bom? E descambar para a desgraça, pode?
E o otimismo da dúvida otimista? Há motivo para ele que, antes de ser otimismo, é dúvida? E a dúvida permanecerá eternamente dúvida? E o otimismo será otimismo até o fim dos tempos?
Certeza medíocre?
Dúvida otimista?
Poderia perguntar para as amigas. Elas teriam uma resposta, com certeza. Mas… não seria uma resposta medíocre? Um sábio chinês! Sim, um sábio chinês teria uma ótima resposta. Perguntaria a um sábio chinês quando encontrasse algum. Mas… encontraria um sábio chinês algum dia?
O despertador cantou. Seis e meia. Começava o dia. Mais um.
(Escrito em março de 02006.)